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05/11/2018 09:44:04 - Alunos da UNIP fazem ação sobre o Acidente Vascular Cerebral

A Campanha Nacional de Combate ao AVC que terminou ontem (4/11)  teve uma ação importante na  Santa Casa de Araçatuba.  Coordenadores e alunos do último ano do curso de Enfermagem da UNIP abordaram pessoas que estavam na portaria principal para falar sobre o tema.
As pessoas abordadas foram informadas sobre os sintomas da doença, os testes que podem ser feitos para detectar durante um mal estar a pessoa apresenta sinais de raciocínio confuso, fala pastosa ou falta de coordenação motora. Esses são alguns dos sintomas que podem detectar um quadro de AVC inicial. O diagnóstico precoce e o rápido tratamento salvam vidas e podem reduzir o impacto de sequelas.
"O objetivo é conscientizar as pessoas a respeito de prevenção, identificar os principais sinais de AVC, reabilitação e todas as nuances que envolvem esta doença que é tão recorrente em nosso país e que se fala muito pouco", explica a médica neurologista Fabiane Honorato do Serviço de Neurologia da Santa Casa de Araçatuba e coordenadora cientifica da ação realizada pela UNIP.
Durante a ação, os alunos entregaram folhetos com informações sobre a doença e uma novidade importante na corrida pelo diagnóstico precoce: o Riscômetro de AVC, um aplicativo mantido por uma rede formada por entidades científicas da área de Neurologia que pode ser baixado no celular e ajuda a dimensionar o risco de AVC.
De acordo com o Serviço de Neurologia da Santa Casa de Araçatuba, o hospital recebe por mês uma média de 25 pessoas de idades variadas com AVC isquêmico - aquele que ocorre quando há uma obstrução da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que morrem. O levantamento foi feito ao longo de quatro meses deste ano no próprio hospital em que atuam.


O AVC
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das maiores causas de morte e incapacidade adquirida em todo o mundo. Estatísticas brasileiras indicam que o AVC é a causa mais frequente de óbito na população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas. O Brasil apresenta a quarta taxa de mortalidade por AVC entre os países da América Latina e Caribe.

Os AVCs são classificados como hemorrágico ou isquêmico, sendo este último o mais frequente, representando em torno de 85% dos casos. Aterosclerose de pequenas e grandes artérias cerebrais é responsável pela maioria dos AVCs, seja hemorrágico ou isquêmico. Cerca de 20% dos AVCs são devidos a êmbolos cardiogênicos, mais comumente associados à fibrilação atrial intermitente. No entanto, cerca de 30% dos AVCs permanecem idiopáticos após extensa investigação etiológica. Clinicamente, tanto o AVC hemorrágico quanto o isquêmico são caracterizados pelo aparecimento súbito de deficits neurológicos característicos, de acordo com a região cerebral envolvida que, por sua vez, dependerá da circulação afetada. A circulação mais comumente afetada (80% dos casos) é a anterior ou carotídea.

O AVC é uma doença tempo-dependente, ou seja, quanto mais rápido o tratamento, maior a chance de recuperação completa. Sendo assim, torna-se primordial a identificação dos sinais de alerta, para reconhecimento de ocorrência de um AVC. Dentre os principais sinais de alerta tem-se: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. Em caso de reconhecimento destes sintomas, deve-se ligar imediatamente para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência-SAMU 192.

PREVENÇÃO
As ações para a prevenção do Acidente Vascular Cerebral caracterizam-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção de hábitos saudáveis, a prevenção de agravos relacionados às doenças cardiovasculares, objetivando a proteção da saúde.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o paciente apresentar início súbito de déficit focal, com ou sem alteração do nível de consciência. Principais sinais de alerta: Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo - face e/ou membro superior e/ou membro inferior; Dificuldade súbita de falar ou compreender; Perda visual súbita em um ou ambos os olhos; Súbita tontura, perda de equilíbrio e ou de coordenação; Dor de cabeça súbita, intensa sem causa aparente.

A presença de fatores de risco para doenças vasculares deve sempre ser investigada (sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica o fator de risco mais importante para as lesões isquêmicas e hemorrágicas).
Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia.

Os procedimentos com finalidade diagnóstica em neurologia estão contemplados no Sistema Único de Saúde - SUS, bem como as suas compatibilidades, e podem ser consultados na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais (SIGTAP ).

TRATAMENTO E REABILITAÇÃO
Com a publicação da Portaria GM/MS nº 665, de 12 de abril de 2012 (Portaria GM/MS nº 665/2012), o Ministério da Saúde lançou um conjunto de medidas para ampliar a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) aos pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), onde estão previstas as habilitações como Centro de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC Tipo I, II ou III, além da inclusão do procedimento "Tratamento de acidente vascular cerebral isquêmico agudo com uso de trombolítico - Código 03.03.04.030-0", na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde - SUS (SIGTAP - procedimento trombolítico) .

Ainda na mesma data, também foi publicada a Portaria GM/MS nº 664, que aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo (Portaria GM/MS nº 664/2012 - PCDT Trombólise AVC isquêmico agudo).

Posteriormente, em 17 de junho de 2015, com o objetivo de ampliar o acesso à Linha de Cuidado ao AVC na Rede de Urgência e Emergência (RUE) e adequar as características dos Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi publicada a Portaria GM/MS nº 800 (Portaria GM/MS nº 800/2015).

Serão habilitados como Centros de Atendimento de Urgência os estabelecimentos hospitalares que desempenham o papel de referência para atendimento aos pacientes com AVC, que disponibilizam e realizam o procedimento com o uso de trombolítico, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico, e que cumpram os requisitos previstos nas Portarias supracitadas.

Atualmente são 51 estabelecimentos habilitados como Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC, sendo 07 Centros Tipo I com código 16.15, 05 Centros Tipo II com código 16.16 e 39 Centros Tipo III com código 16.17 e podem ser consultados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES).

 
FATORES DE RISCO PARA O AVC

Fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência de AVC (derrame). O manejo adequado dos fatores de risco diminui a probabilidade de uma pessoa ter um AVC, aumentando o tempo e a qualidade de vida. Os principais fatores de risco para AVC são:

IDADE E SEXO
Ainda que um AVC possa surgir em qualquer idade, inclusive entre crianças e recém-nascidos, a chance dele ocorrer cresce à medida que avança a idade. Quanto mais velha uma pessoa, maior a chance de ela ter um AVC.

Pessoas do sexo masculino e a raça negra exibem maior tendência ao desenvolvimento de AVC.

HISTÓRIA DE DOENÇA VASCULAR PRÉVIA
Quem já teve um AVC, ou uma "ameaça de derrame", ou outra doença vascular como o infarto (no coração) e a doença vascular obstrutiva periférica (estreitamento das artérias que alimentam as pernas diminuindo o fluxo de sangue), tem maior probabilidade de ter um AVC. 

DOENÇAS DO CORAÇÃO
As doenças do coração, especialmente as arritmias (batimentos cardíacos desregulados), aumentam o risco de AVC. A arritmia mais comum é a fibrilação atrial, que provoca uma corrente sanguínea irregular e facilita a formação de coágulos sanguíneos dentro do coração, que podem chegar pela circulação nos vasos do cérebro, diminuindo o fluxo sanguíneo e causando um AVC.

Outros exemplos de doenças do coração que aumentam o risco de AVC: infarto, doença nas válvulas, cardiopatia chagásica (Doença de Chagas).

TABAGISMO
Já está amplamente difundido que fumar é prejudicial à saúde. O hábito de fumar é fortemente relacionado com o risco para AVC. Mesmo o uso de pequeno número de cigarros (ou de cachimbo ou de charuto) associa-se ao risco aumentado. As substâncias químicas presentes na fumaça do cigarro passam dos pulmões para a corrente sanguínea e circulam pelo corpo, afetando todas as células e provocando diversas alterações no sistema circulatório. O fumo deve ser evitado sempre!
Os benefícios de se parar de fumar são reais e estão presentes desde o dia em que você interrompe o uso.

HIPERTENSÃO ARTERIAL
Conhecida como "pressão alta". O termo pressão arterial se refere à pressão nas artérias que levam o sangue do coração para o resto do corpo. A pressão média de uma pessoa saudável é de 120/80 mmHg ("12 por 8"). Quando a pressão está elevada, ela acaba lesionando os vasos sanguíneos do cérebro e pode causar um AVC. O tratamento da hipertensão arterial é muito importante, pois reduz tanto o risco de AVC como de ataques do coração! Mesmo que uma pessoa tenha uma pressão só um pouco elevada é preciso consultar um médico para começar o tratamento adequado.

DIABETES
A diabetes é causada por uma deficiência do hormônio chamado insulina ou por uma resistência a ele. Esse hormônio é essencial no metabolismo da glicose (açúcar) no corpo. Por isso pessoas com diabetes possuem um excesso de "açúcar no sangue". O objetivo do tratamento da diabetes é manter o nível de glicose no sangue o mais próximo do normal. Um bom controle da diabetes com dieta adequada e medicamentos torna os problemas circulatórios menos comuns. Pessoas com diabetes devem cuidar atentamente os níveis da pressão arterial.

SEDENTARISMO
A atividade física confere redução do risco de doença vascular. O sedentarismo leva ao aumento de peso, predispondo à hipertensão, diabetes, níveis inadequados de colesterol no sangue, todos fatores de risco para AVC já comentados. Começar uma atividade física regular, por exemplo caminhadas três vezes por semana, traz benefícios à saúde.

A DIETA E O COLESTEROL
O excesso de gordura no sangue (dislipidemias), especialmente de colesterol, leva à formação de placas nas paredes das artérias. Isto as torna mais estreitas e reduz o fluxo sanguíneo, aumentando a chance da pessoa ter um AVC. Você pode diminuir este risco mudando a sua dieta, principalmente reduzindo o consumo de gordura animal.

A obesidade deve ser controlada, principalmente por sua associação com a diabetes, inatividade física, hipertensão arterial e dislipidemias. Para controlar adequadamente o peso e diminuir os riscos de desenvolver um AVC consulte o seu médico e um nutricionista.

ÁLCOOL E DROGAS
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas associa-se a grande aumento na incidência de AVC. O consumo rotineiro de álcool leva a hipertensão e níveis inadequados de colesterol no sangue - fatores de risco já citados. 

O uso de cocaína ou crack é capaz de gerar lesão arterial e picos hipertensivos, sendo associado ao desenvolvimento de AVC.

ANTICONCEPCIONAL
O uso de pílulas anticoncepcionais pode favorecer o surgimento de AVC, principalmente em mulheres fumantes, ou com hipertensão arterial, ou com enxaqueca. É muito importante que você consulte o seu médico para que ele avalie a sua condição clínica e oriente da melhor maneira possível. Não tome nenhuma decisão 
 

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