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01/07/2015 - CIHT organiza doação de órgãos na Santa Casa

Por: Lázaro Júnior

Folha da Região: 30/6/2015

 Só neste ano, em quatro meses, a Santa Casa de Araçatuba realizou cinco captações de órgãos de pacientes que tiveram morte cerebral constatada por exames. Em todo o ano passado, foram três procedimentos, enquanto em 2013, um, conforme a CIHT (Comissão Intra-hospitalar de Transplantes) do hospital.


O caso mais recente foi registrado entre a noite de sábado e a madrugada do domingo passado. A doadora foi uma paciente de 63 anos, moradora de Santo Antônio do Aracanguá, internada na última quinta-feira após sofrer um AVCH (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico). A morte encefálica foi diagnosticada na noite do dia seguinte.


Após autorização da família, a CNT (Central Nacional de Transplantes) foi informada e encaminhou equipes para captação de fígado, rins, córneas e ossos da paciente.


O fígado foi captado por equipe do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que retornou em avião fretado para transplantar o órgão em paciente que aguardava na fila.


Equipe do Hospital de Base, de São José do Rio Preto, captou os rins. As córneas foram retiradas pelo enfermeiro Matheus Araújo Tonon, integrante da CIHT da Santa Casa de Araçatuba; enquanto os ossos, captados por equipe do Banco de Ossos de Marília, sob coordenação de uma cirurgião. A captação foi concluída às 2h de domingo.


REESTRUTURAÇÃO
De acordo com o médico Rafael Saad, coordenador da CIHT, o aumento das captações é consequência da reestruturação da comissão, ocorrida no final de fevereiro, quando ele e os enfermeiros Matheus Araújo Tonon e Meriéllen de Almeida Pereira passaram por capacitação no Hospital Albert Einstein.


Ele explica que a captação de órgãos é um dos requisitos a serem atendidos pelos hospitais que recebem recursos do programa Santas Casas Sustentáveis, do governo estadual.


Saad ressalta que, neste mês, o hospital passou a integrar o Programa Paulista de Apoio às Comissões Intra-Hospitalares de Transplante, por meio do qual o Estado custeia as horas extras dos médicos que atuam na captação de órgãos. “O governo lançou esses incentivos porque percebeu que, no interior do Estado, a captação de órgãos é menor em relação à capital, apesar de o potencial de doadores ser o mesmo”, explica.


APROVAÇÃO
O médico conta que houve apenas um caso neste ano em que familiares de paciente que teve a morte encefálica diagnosticada não concordaram com a doação dos órgãos. “Eles recusaram porque o paciente em vida declarou que não queria doar os órgãos”, frisa.


Segundo o profissional, é função da comissão identificar potenciais doadores, que são pacientes que respiram com ajuda de aparelhos e sem resposta neurológica.


O diagnóstico de morte cerebral é dado após avaliação de dois médicos diferentes e exame complementar. O procedimento dura 12 horas. Isso porque é respeitado espaço de seis horas entre o fim da avaliação de um profissional e o início da realizada pelo outro. “Nesse período, a comissão mantém contato com a família e explica a situação. Muitas vezes, os familiares chegam com a ideia de não doar os órgãos, mas, quando são esclarecidos, mudam de opinião”, destaca.


QUANTIDADE
Neste ano, foram captados cinco fígados, dez rins, córneas de três doadores e ossos de outras duas pessoas. “Essas doações puderam ajudar muitas vidas graças a um gesto de solidariedade dos familiares em um momento de perda”, analisa.


O médico ressalta que a captação de coração em Araçatuba é mais difícil de ocorrer porque o transplante deve ser feito em, no máximo, quatro horas após a retirada do doador e só é feito em São Paulo.

 

Hospital já fez cinco captações de órgãos
SÓ em 2015 Balanço mostra que quantidade de procedimentos do tipo neste ano, na Santa Casa de Araçatuba, já supera o total realizado em 2013 e 2014

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