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- Mesmo com PSA baixo, homens tinham alteração na próstata

 Aproximadamente 30% dos pacientes com alterações na próstata detectadas durante o 3º Circuito da Saúde do Homem, realizado no final do ano passado pela Santa Casa de Araçatuba, tinham índices de PSA (Antígeno Prostático Específico) abaixo do preconizado para diagnóstico de câncer.

 
Se não tivessem passado pelo toque retal, através do qual o médico investiga alterações em várias áreas da próstata, perderiam a chance de diagnosticar precocemente doenças como hiperplasia prostática benigna (aumento não canceroso e comum em homens idosos), prostatite (infecção ou inflamação da próstata), ou neoplasia maligna (câncer).
 
Um total de 5 pacientes com PSA abaixo de 4 estão entre os 18 homens com mais de 50 anos que vão passar por exames de biópsias para investigação de alterações constatas durante o evento "A Santa Casa Vai Te Dar Uns Toques", realizados em novembro pelo CTO (Centro de Tratamento Oncológico) e Unidade de Radioterapia. Nos demais pacientes (13), tanto o PSA quanto o toque retal apresentaram resultados com indicação de biópsia investigativa. O exame coleta através de agulhamento, a maior quantidade possível de fragmentos das várias regiões da próstata para avaliação laboratorial da presença ou não de células cancerígenas.
 
"O que chama realmente a atenção são os casos em que o PSA é baixíssimo, porém durante o toque detectamos alteração na próstata", afirma o médico radio-oncologista Caio Marcelo Jorge, coordenador técnico da Unidade de Radioterapia e um dos coordenadores científicos do evento que a Santa Casa de Araçatuba realizada há 3 anos.
 
Os organizadores do evento adotaram nível 3,5 ng/ml (nanograma por mililitro) como indicação para a realização de biópsia. "É um índice que oferece uma margem de segurança maior", afirma Caio Marcelo Jorge. Ele explica que o índice preconizado para investigação para diagnóstico de câncer de próstata é acima de 4 ng/m. "Entretanto, um nível próximo desse valor não significa que o câncer não esteja presente".
 
Em edições anteriores, o pós-biópsia revelou índices de aproximadamente 30% de câncer dentre os pacientes avaliados. Os demais casos, em sua grande maioria, foi diagnosticado prostatite, uma doença apresenta perfis variados, como bacteriana crônica e aguda, por exemplo.
 
Em todos os casos, os pacientes foram tratados em segmentos específicos da ampla estrutura de tratamento oncológico mantida pela Santa Casa de Araçatuba. "Todos já receberam alta e passam somente por acompanhamento que precisa ser realizado durante cinco anos", informa o médico.
 
No total 181 homens participaram da edição 2016 do circuito realizado pela Santa Casa de Araçatuba, 18 dos quais com indicação para realização de biópsia. Esse número se manteve na média percentual de 10% registrada em 2014 e 2015. Neste período o evento realizado pelo hospital, que é o único que combina toque retal e avaliação do PSA realizado em Araçatuba, já detectou alteração na próstata de 36 homens, a grande maioria com mais de 50 anos e apenas alguns acima de 45 e com histórico familiar de câncer de próstata.
 
No evento, o participante tem a opção de realizar ou não o toque retal. No período 2014-2016, os organizadores constataram aumento significativo de homens que optaram por realizar toque retal. Em 2014, na primeira edição, dos 105 participantes 50 não passaram pela avaliação retal. Desse total, a grande maioria não realizou o exame por preconceito. Em 2015, dos 163 participantes, somente 7 inscritos optaram por não realizá-lo. No ano passado, 100% dos participantes realizaram o toque retal.
 
O radio-oncologista Caio Marcelo Jorge explica que essa mudança significativa de comportamento pode estar associada ao fato de ser um evento especifico para essa finalidade. "Em grupos, como nos eventos que realizamos, os homens ficam mais motivados para passar pela avaliação. Nesses três anos, observamos que os participantes vêm o evento como compromisso anual em favor de suas vidas. A cada ano, eles passaram a ver o exame com mais naturalidade".
 
Para o Jorge, eventos com grande concentração de participantes, terão sempre respostas maiores em relação à decisão isolada de realizar o exame. "Isoladamente os homens demonstram mais timidez para realizar o toque retal", compara.
 
O coordenador do "Santa Casa Vai Te Dar Uns Toques" é enfático em relação à necessidade da quebra desse tabu. "Quando se faz o toque retal se avalia a região periférica que é a mais associada ao aparecimento do câncer. Sabemos que 25% dos tumores de próstata podem apresentar PSA normal. Por isso, apenas o exame PSA não é recomendado para o monitoramento. O ideal são os dois exames. Esse conjunto vai oferecer ao 
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