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06/12/2012 - AME registra redução de complicações em gravidez de risco

Monique Bueno

Folha da Região 

A equipe de obstetrícia do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Araçatuba realizou uma pesquisa de avaliação com gestantes de alto risco que fizeram o pré-natal no serviço estadual e concluiu que, se a mulher é bem assistida e tem um bom acompanhamento médico, crescem as chances dela e do bebê não ter complicações, diminuindo assim a mortalidade materno-infantil.

 
De janeiro a setembro deste ano, os obstetras do AME, Márcio Pimenta e Gustavo Sanches Arduíno, entregaram um questionário a 97 puérperas com 14 perguntas sobre o perfil da paciente, doenças, escolaridade, opinião do atendimento, entre outras. Do total, apenas dois óbitos foram registrados. "Se em uma amostragem de gestante que tem doenças, conseguimos bons resultados, imagina na população saudável?", indagou Arduíno. "Mas é aí que está dando problema, porque a rede pública oferece o pré-natal, mas às vezes, a própria grávida não participa."
 
O resultado da avaliação mostrou que 36% das mulheres atendidas no AME moram em Araçatuba; 70% têm idade entre 20 e 34 anos e 46% possuem Ensino Médio completo. Em relação ao nascimento sadio, a fatia foi de 98%, sendo a maioria (93%) por meio de cesárea. A equipe constatou também que 98% dos recém-nascidos receberam alta após o parto e apenas 4% necessitaram de internação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). E nenhuma puérpera precisou de cuidados intensivos; todas tiveram alta médica. Além do mais, 89% das gestantes realizaram mais que seis consultas de pré-natal, que é número mínimo preconizado pelo Ministério da Saúde.
 
"As duas mortes de bebês ocorreram porque uma mãe sofre de asma e a outra, diabetes", disse Pimenta. As doenças que mais acometem as gestantes do AME são hipertensão e diabetes. Por mês, são atendidas aproximadamente 150 grávidas de 27 municípios incluídos no serviço.
 
De acordo com Pimenta, o resultado satisfatório se deve ao fato de o AME proporcionar uma equipe multidisciplinar ao acompanhamento do pré-natal. São 26 especialidades. Se a gestante tem hipertensão, é submetida a consultas e exames com o cardiologista. Em um único espaço ela realiza o pré-natal, ultrassom e exames complementares. "No entanto, é bom ressaltar que a gestante recebe encaminhamento apenas por meio dos postos de saúde, com indicação dos médicos", disse, lembrando que essa paciente é acompanhada pelo AME e na rede pública de saúde.
 
SANGUE
A operadora de caixa Aline Arruda Spadin, de 25 anos, foi uma das puérperas que participou da pesquisa e diz que só tem a agradecer o atendimento do AME. Quando tinha quatro anos de idade, Aline se queimou e foi submetida a transfusões de sangue. Descobriu bem depois que tinha desenvolvido uma deficiência no sangue. "Fui doar sangue no Hemocentro e um dos exames detectou um probleminha", disse. 
 
A primeira consulta de pré-natal da operadora foi feita na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Umuarama, mas depois que ela passou mal, bem no começo da gravidez, foi atendida no Hospital da Mulher, onde o obstetra Gustavo Sanches Arduíno ficou sabendo da deficiência no sangue de Aline e a encaminhou para atendimento do AME. "Estava com dois a três meses quando fui para o AME e recebi acompanhamento também do hematologista. No final da gestação, também tive pressão alta e meu bebê nasceu com 36 semanas, prematuro", explicou. "Graças ao AME, ele nasceu bem de saúde e nem na incubadora precisou ficar." Aline é mãe de Henrique Spadin Pinheiro Ruz, hoje com um pouco mais de três meses de vida.
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