Ela é um facho de luz para pacientes carentes que precisam ficar internados mas não têm roupas e produtos de higiene pessoal; para gestantes que chegam para o parto muitas vezes sem nenhum enxoval para o bebê que nascerá dali a poucos momentos; para os pacientes graves ou terminais nunca ficam sem o conforto espiritual que vem através de orações que ela, sua equipe e em vários casos, um padre chamado às pressas ou em visitas regulares. Dentre todas as rotinas que realiza na Santa Casa de Araçatuba, a Pastoral da Saúde registra média de 14 mil atendimentos por ano.

Para a Santa Casa de Araçatuba, Maria Ionice Vieira Zucon e a equipe da Pastoral da Saúde que ela coordenada há mais de 20 anos, representam bocas que pedem ajuda e braços e pernas que recolhem doações onde o hospital não conseguiria chegar com a mesma rapidez e eficiência de resultados. De fraldas para crianças e adultos a instrumentos de médio porte necessários as quase 50 cirurgias que o hospital realiza por dia, a Pastoral da Saúde traz a resposta a uma constatação e pergunta rotineiras à uma instituição que realiza quase 400 mil procedimentos por ano e enfrenta dificuldades financeiras para garantir todos eles: “Acabou”! “O que faremos agora”?

Tudo isso aliado à um sorriso que nunca sai do seu rosto, ainda que também enfrente lutas pessoais; e sua presença constante na rotina da Santa Casa de Araçatuba fazem desta funcionária da Justiça, agora aposentada, um pessoal muito especial e merecedora da homenagem prestada ontem pela Câmara Municipal de Araçatuba: a Medalha 9 de Julho, a mais alta honraria concedida pelo Legislativo araçatubense.

De autoria do vereador Lucas Zanatta (PV) e aprovada por unanimidade dos vereadores, a homenagem reuniu dezenas de pessoas dentre autoridades, representantes da Santa Casa, integrantes da Pastoral e amigos da Nice, como ela é carinhosamente chamada. Durante a sessão solene, o autor da homenagem afirmou que “este trabalho incondicional exercido pela Maria Ionice é algo maravilhoso, do qual devemos nos orgulhar. É o meu primeiro projeto que concede uma medalha nesta Casa e me sinto privilegiado por premiar uma pessoa tão valorosa como esta”.

Maria Ionice agradeceu a homenagem com a simplicidade e afetividade peculiares em seu falar e agir: “Primeiramente, minha gratidão a Deus, à minha família e aos meus colegas de voluntariado que me inspiram nessa jornada voluntária. Conto com vocês todos para conseguirmos ainda construir em nossa cidade um hospital para tratamento de câncer em crianças porque Araçatuba tem condições para isso e essa corrente do bem já é bastante significativa para iniciar esse projeto”.