O Ministério da Saúde é um dos financiadores do estudo que levou à primeira linhagem de células-tronco pluripotentes induzidas. Elas são capazes de se transformar em qualquer tipo de célula. São semelhantes às células-tronco embrionárias, mas não necessitam de embriões para serem obtidas. O Brasil passa a ser o quinto país a produzir células-tronco pluripotentes a partir de células não-embrionárias. Os primeiros foram Japão, Estados Unidos, Alemanha e China.
A pesquisa coordenada pelo neurocientista Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e pelo biomédico Martin Bonamino, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), foi divulgada no último sábado (24). “O financiamento do Ministério foi crucial. Com a primeira chamada para pesquisas na área de terapia celular, puderam ser adquiridos vários equipamentos de laboratório, reagentes, além de investimentos na montagem de equipe”, ressaltou o cientista.
Rehen é um dos pesquisadores da Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), coordenada pelo Ministério da Saúde. A rede promove a transferência de conhecimentos e tecnologias na área de terapias celulares para assistência à saúde. Além de fomentar pesquisas pré-clínicas e clínicas na área, a RNTC apóia o desenvolvimento de infra-estrutura para a derivação de linhagens brasileiras de células-tronco em condições de Boas Práticas de Fabricação (GMP).
INVESTIMENTOS – O grupo de pesquisa da UFRJ recebeu do Ministério da Saúde R$ 200 mil, em 2005, e deve receber mais R$ 3 milhões, em 2009, para continuar seus estudos. Ao todo, o Ministério da Saúde investirá R$ 30 milhões na RNTC neste ano. A rede visa a integrar os principais grupos de pesquisa em terapia celular em atividade no país, para a troca de experiências e colaboração científica e tecnológica.
A metodologia da pesquisa desenvolvida pela equipe está disponível no site http://www.anato.ufrj.br/ips e traz informações que normalmente não são compartilhadas por pesquisadores estrangeiros que já dominam a técnica. A intenção é estimular a utilização da técnica por outros laboratórios do país. As células tronco desenvolvidas – chamadas de i-Rio-1 e iPS293 – estarão disponíveis gratuitamente para a comunidade científica brasileira associada à RNTC.
Para chegar à descoberta Rehen utilizou células de rim humano. As células foram reprogramadas com o auxílio de vírus produzidos pela equipe do Inca. O domínio da reprogramação celular garante ao Brasil a possibilidade imediata de criação de modelos inéditos para o estudo de doenças como Parkinson, esquizofrenia, cardiopatias, além de doenças genéticas como Síndrome de Down e distrofia muscular.
Assessoria de Imprensa- Ministério da Saúde