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07/07/2021 10:54:40 - Investimento em nova usina evitou colapso de oxigênio na Santa Casa de Araçatuba

Antônio Crispim/ O Liberal Regional

No segundo bimestre deste ano o Brasil viveu os momentos mais agudos da pandemia da covid-19, com pessoas morrendo em corredores à espera de leitos de UTI ou o drama da falta de oxigênio, levando médicos, profissionais de saúde e familiares de pacientes às margens do desespero. Em Araçatuba, houve momentos de apreensão, mas nada comparado com o que aconteceu em outras partes do país. Isso porque, antes da pandemia, a diretoria da Santa Casa indicou à CPFL a necessidade de modernizar sua usina de oxigênio, que já estava obsoleta. Foi a salvação.

A primeira de três unidades destinadas pela empresa de energia foi instalada em dezembro de 2019. Depois veio a pandemia. O investimento da CPFL nos três módulos foi de R$ 2,4 milhões. "Se não fosse essa usina eu não sei o que seria da população de Araçatuba", disse o advogado Mauro Inácio da Silva, administrador da Santa Casa, admitindo que o problema poderia ser mais grave do que ocorreu em Manaus. A afirmação foi feita na manhã dessa terça-feira, quando os representantes da administração - Mauro da Silva e a tesoureira Maria Ionice Zucon, acompanhados do corpo técnico - engenheiro civil Érico Barros, engenheiro eletricista Manoel Protetti e o gestor técnico, Luiz Claudio Moreira, apresentaram a usina completa à imprensa.

A Santa Casa de Araçatuba é autossuficiente em oxigênio há 20 anos, produzindo 27 metros cúbicos por hora. A situação sempre foi confortável diante da demanda. Atendia perfeitamente às necessidades da instituição. No entanto, com o passar do tempo, a demanda aumentou o equipamento ficou obsoleto.

Em 2019, a CPFL procurou a direção oferecendo ajuda e quis saber qual era a propriedade. Mauro Inácio da Silva disse que a antiga usina estava sucateada. Por isso, indicaram a necessidade de uma nova usina à CFPL. A empresa fez os levantamentos e destinou três módulos, com capacidade para até 90 metros cúbicos de oxigênio por hora No entanto, durante a fase mais aguda da pandemia, houve picos de consumo de até 160 metros cúbicos. Diante disso a Santa Casa recorreu ao backup (reserva) e ao uso de cilindros. Em um fim de semana de março, teve o apoio de empresas para garantir o abastecimento. De acordo com a Santa Casa não faltou oxigênio em nenhum momento.

Diante do grave quadro vivido em março e abril deste ano, a Santa Casa decidiu ampliar a usina, com a compra de mais duas unidades, instaladas no mês passado, totalizando capacidade de produção de 150 metros cúbicos por hora.  Mauro Silva disse que teve informação de que é o único hospital do Brasil com essa capacidade de produção instalada. Nas duas unidades a Santa Casa investiu aproximadamente R$ 1,6 milhão. Uma já foi paga.

O engenheiro civil Érico Barros disse que a média de produção é de 120 metros cúbicos por hora. Essa produção é suficiente para atender à demanda dos 353 leitos da Santa Casa, que tem seis UTIs, totalizando 79 leitos, sendo 35 nas unidades respiratórias. Porém, segundo o engenheiro, disso depende muito do consumo na ponta do atendimento. Por isso são mantidos o backup e os cilindros, para ações emergenciais, se forem necessárias.

Segundo o engenheiro eletricista Manoel Protetti, a instalação da nova usina, além de dar segurança no atendimento da Santa Casa, representa economia com redução no consumo de energia. Ele comparou com os aparelhos de ar-condicionado antigos, que consumiam muita energia. Hoje, os aparelhos funcionam de acordo com a necessidade de climatização. Da mesma forma as usinas. A antiga, funcionava direto e perdia o oxigênio não usado. Agora, a usina com os cinco módulos funciona de acordo com a demanda, além de consumir menos energia. Ele estima que a economia com energia pode chegar a R$ 60 mil.

 

SEGURANÇA

Com uma moderna usina capaz de produzir até 150 metros cúbicos de oxigênio por hora e mais dois sistemas de reserva - backup de oxigênio líquido e 29 cilindros, a Santa Casa está segura quanto ao atendimento de sua demanda de consumo, mesmo em crise

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