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02/06/2009 - Laboratório mantém exames de cintilografia

O DIMEN (Laboratório de Diagnóstico de Medicina Nuclear), instalado na Santa Casa de Araçatuba, continua realizando exames de cintilografia para diagnosticar e acompanhar a evolução de doenças como diversos tipos de câncer, cardiológicas, neurológicas e outras, mesmo com a crise na produção do molibdênio 99, medicamento necessário para a realização desse tipo de exame.

A preocupação em relação ao fornecimento desse radiofármaco, utilizado em 90% dos exames de medicina nuclear, começou no final de maio, quando as clínicas e hospitais do país receberam a notícia do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), que o radiofámaco molibdênio-99 sofreria uma interrupção em seu fornecimento. O motivo foi uma falha mecânica no reator nuclear da empresa canadense, Nordion, que exporta o produto para o Brasil.

Diante da situação, o DIMEN organizou a agenda de exames de acordo com a urgência de cada paciente. “Estamos fazendo o máximo para atender aos casos mais urgentes até que o fornecimento seja regularizado”, explica o especialista em medicina nuclear e responsável pelo DIMEN - Unidade Santa Casa - Crézio Morais Filho.

Segundo ele, o cancelamento dos exames é um problema sério, pois interfere no diagnóstico precoce e acompanhamento do tratamento das doenças.  Cerca de 300 clínicas do País recebem o molibdênio-99 semanalmente.

DEMANDA

Mais de cem mil atendimentos são feitos por mês no Brasil. O radiofármaco não pode ser armazenado, por isso as unidades de medicina nuclear não estocam o medicamento. Segundo Morais Filho, cada gerador de molibdênio-99, após ser entregue no laboratório, tem a durabilidade de, no máximo, duas semanas.

Em nota publicada no site oficial, o IPEN (órgão governamental que é o único fornecedor do produto no Brasil) esclareceu que as quantidades de medicamentos distribuídas até agora estão vindo da Argentina e Bélgica, países que produzem o radiotraçador , mas que estão comercializando parte da produção devido à crise da produção canadense. A demanda de pedidos de clínicas e hospitais será atendida de acordo com a quantidade de molibdênio-99 recebida. Ainda não há previsão de quando o fornecimento do radiofármaco voltará ao normal.


EXAMES

Segundo o especialista em medicina nuclear, Crezio Morais Filho, na Santa Casa de Araçatuba a maior parte dos exames que utilizam o molibdênio-99 estão relacionados ao diagnóstico e acompanhamento do câncer e doenças cardiológicas. Ainda segundo o médico, não há um produto radioativo que substitua o molibdênio-99 na rotina em medicina nuclear.

Já os exames cardiológicos podem ser feitos com o medicamento tálio-201, mas não há material suficiente para suprir a demanda de atendimentos para pacientes que necessitam desse tipo de exame.

COMO FUNCIONA

O molibdênio-99 é importante por suas propriedades radioativas, que permitem que tecidos órgãos e membranas do corpo humano sejam visualizados nitidamente pelo médico, por meio de um aparelho chamado Gama Câmara.

O aparelho que foi criado nos anos 60 e vem sendo aperfeiçoado desde então, tem um dispositivo com capacidade de detectar imagens do corpo humano por meio dos pulsos de luz emitidos pelas partículas radioativas do medicamento. Semelhante a um aparelho de ressonância magnética, a Gama Câmara permite ao médico ter uma visão ampla e detalhada do corpo do paciente. Dessa maneira, é possível visualizar o funcionamento dos órgãos internos, detectar tumores, obstruções em artérias e estudar praticamente o funcionamento de todos os órgãos do corpo humano.

Ao passar pela Gama Câmara, as partes funcionais do organismo ficam cintilantes como luzes fluorescentes (por isso o exame é chamado de cintilografia). 


 


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