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17/10/2011 - Na mídia: Coração mata 5 por semana em Araçatuba

 Monique Bueno- Folha da Região( 16/10)

 

A cada semana, cinco pessoas morrem de doenças ligadas ao coração em Araçatuba. Por ano, é registrada uma média de 310 mortes por doenças cardíacas, segundo dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde. Na última década, mais de três mil araçatubenses perderam suas vidas devido aos problemas cardíacos, que representaram, somente no ano passado, 21% dos 1.495 óbitos. Em todo o Brasil, é registrada uma média de 300 mil mortes em consequência das doenças cardiovasculares.

A proporção de homens e mulheres que morrem do coração em Araçatuba é praticamente equilibrada. Dados do SIM apontam aumento no número de mulheres mortas por doenças cardíacas. Em 2001, das 281 mortes, 125 foram do sexo feminino. Já em 2010, morreram 147 mulheres de um total de 309 pessoas. As mortes incluem dados de todos os atendimentos médicos, sejam eles realizados na rede pública, privada ou até mesmo mortes em residências.

Segundo o cirurgião cardiovascular Hélio Poço, coordenador do serviço de cirurgias cardíacas da Santa Casa de Araçatuba, as doenças do aparelho circulatório, que envolvem o coração, são as que mais matam no país e, por consequência, em Araçatuba, sendo a neoplasia (câncer) o segundo colocado no ranking dos óbitos. "As doenças que atingem o coração são a miocardiopatia, insuficiência coronariana e acidente vascular cerebral", explicou. A miocardiopatia é a deterioração da função do miocárdio, o músculo do coração. Já o entupimento na artéria leva à insuficiência coronariana.

Poço ressalta que a insuficiência coronariana pode levar o paciente a ter um infarto - quando parte da artéria entupida morre. "O infarto é detectado por uma dor no peito muito forte, palidez e sudorese. A dor pode ser irradiada pelos braços. O certo é procurar um pronto-socorro, que encaminha o paciente para o cardiologista da Santa Casa, responsável pelo diagnóstico e pelo trabalho de diminuir o tamanho do infarto", disse. "Uma pessoa com princípio de infarto tem que ser atendida o mais precoce possível para se ter possibilidade de abrir totalmente a artéria." O atendimento a um infartado deve ser feito antes de seis horas do início dos sintomas para que não haja morte tecidual.

Existem dois fatores primordiais que levam a pessoa a ter doença cardíaca: o patrimônio genético e a hipertensão. O cardiogeriatra de Araçatuba, Márcio Coutinho da Silveira explica que a hipertensão arterial é uma doença multifatorial, estando entre suas causas a idade, o sexo, dieta rica em sal, consumo excessivo de bebida alcoólica, obesidade e sedentarismo. Para prevenir a hipertensão, o profissional aconselha a população a manter o peso corporal adequado com a prática de atividades físicas (180 minutos por semana) e dieta rica em frutas, verduras e legumes, além da redução do sal. Tem que haver um consumo moderado de álcool.

Poço completa que o estresse diário e a falta de tempo para se prevenir colaboram para o surgimento da pressão alta. "As pessoas estão trabalhando cada vez mais e não têm tempo para relaxar, descansar e para ter uma vida equilibrada. Se formos ver, a mulher também está tendo problemas do coração porque vive a mesma vida que a do homem, a disputa pelo mercado de trabalho e a falta de dieta adequada desembocam a hipertensão, que é uma causa predisponente para as doenças cardiovasculares", cita.

Hipertensão arterial é quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando o valor igual ou maior que 140/90 mmHg - milímetros de mercúrio. O ideal é 12 por 8 mmHg. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, mais de 90% das pessoas que têm a doença, não sabem disso. Além de problemas cardíacos, a hipertensão desperta para outros agravos na saúde, como diminuição da visão e problemas na retina, acidente vascular cerebral ou derrame e insuficiência renal.

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