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26/03/2010 - Psicóloga fala sobre Transtorno do Déficit de Atenção

Eles não param quietos. Elas são “avoadas”. Meninos e meninas portadores de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) apresentam características diferentes. Enquanto no sexo masculino o principal sintoma é a hiperatividade (apesar de eles também terem problemas de atenção), no caso das meninas, o que predomina é a enorme dificuldade para se concentrar, o que não quer dizer que elas não sejam inquietas.

Como costumam dar “menos trabalho”, as garotas também são menos encaminhadas para tratamento. Por isso, os cientistas chegaram a imaginar que o TDAH fosse um problema exclusivamente masculino, possibilidade que já foi descartada. Hoje se sabe que tanto meninos quanto meninas podem sofrer de TDAH na mesma proporção e que o transtorno atinge entre 3% e 5% das crianças.

O TDAH foi reconhecido oficialmente pela OMS (Organização Mundial de Saúde) há cerca de 20 anos e é causado pela deficiência na produção de alguns neurotransmissores, principalmente a dopamina e a noradrenalina, que agem na parte frontal do cérebro e são responsáveis por inibir a função motora e moderar o temperamento e o comportamento. O resultado é a impulsividade, a hiperatividade e a falta de concentração.

Apesar de os primeiros sinais surgirem cedo, somente na idade escolar, por volta dos seis anos, é que o transtorno pode ser diagnosticado de maneira segura. “É no ambiente da escola que os sintomas do TDAH se tornam mais evidentes”, explica a psicóloga clínica Eliana Vilela. Formada pela Universidade Paulista em 2003, a psicóloga já acompanhou diversos casos de TDAH em crianças, adolescentes e até adultos.

“Quando chega à escola regular, a criança com TDAH tem um comportamento bastante característico. Ela não consegue ficar sentada por mais do que alguns instantes. Por isso ela se levanta, anda pela sala de aula e pede para ir ao banheiro e beber água diversas vezes”, explica a psicóloga. “Essa criança começa a fazer as tarefas, mas deixa tudo pela metade. Também costuma falar bastante, não espera o final de uma pergunta para responder e comete erros por falta de atenção.”

Quando existe a suspeita de TDAH, a criança deve ser encaminhada ao pediatra, que fará o acompanhamento por seis meses. “Os sintomas precisam prevalecer pelo menos por esse período para caracterizar o problema”, explica Eliana. Após a confirmação do diagnóstico, é definido o melhor tratamento, que pode ou não incluir medicamentos, além de psicoterapia.

Eliana explica que o trabalho do psicólogo é fundamental para que a criança aprenda a lidar com as emoções, evitando problemas que podem se agravar no futuro, principalmente relacionados à autoestima, já que as crianças e adolescentes com TDAH são alvos constantes de críticas.

A psicóloga esclarece que nem todos os casos de TDAH são tratados com remédio. Mas quando bem indicado, o medicamento é um auxílio importante para que a criança possa conter sua impulsividade e manter a atenção necessária para aprender.

O medicamento utilizado tem como princípio ativo o cloridrato de metilfenidato, que é vendido com os nomes comerciais Ritalina (fabricada pelo laboratório Novartis) e Concerta (do laboratório Janssen).
Eliana lembra que o trabalho do psicólogo é fundamental, mas não exclui a necessidade do acompanhamento médico. Quando tratados, as crianças e os adolescentes com TDAH podem levar uma vida normal e, inclusive, se destacar em diversas áreas, já que costumam ser alegres e criativos.

Dúvidas sobre o TDAH ou o comportamento infantil podem ser esclarecidas diretamente com a psicóloga Eliana Vilela pelo telefone (18) 3608 5223.

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