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10/12/2008 - SAMU terá motocicletas para agilizar atendimentos

O  ministro da Saúde, José Gomes Temporão,  as primeiras 51 motocicletas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192), entre as 400 unidades programadas até 2009. Com as “motolâncias”, o Ministério da Saúde pretende dar agilidade ao atendimento em casos de acidentes, diminuindo o risco de seqüelas e complicações à saúde do paciente.

“Estamos dando mais um passo na qualificação da política pública de saúde. As motolâncias compõem, no SAMU, um conjunto de tecnologias para melhorar a qualidade do atendimento. É mais um instrumento de aperfeiçoamento da Política Nacional de Atenção às Urgências”, disse o ministro Temporão, durante a solenidade de entrega das motocicletas, em Brasília.

Das 51 unidades entregues  terça-feira(9/12), 22 vão para o Distrito Federal e 29 para o estado de Goiás, distribuídas entre os seguintes municípios: Anápolis (2), Ceres (1), Formosa (2), Goiás (2), Luziânia (3), Região Metropolitana de Goiânia (16), Porangatú (1), Rio Verde (2).

Araçatuba receberá uma motocicleta, de acordo com informações publicadas no site www.portal.saude.gov.br.

A escolha das localidades que recebem as unidades do SAMU é feita por meio de estudo técnico, orientado pelos gestores municipais e estaduais, a partir de pactuação local e regional. O Ministério da Saúde, por sua vez, desenvolve um planejamento a respeito das áreas mais sensíveis, onde há necessidade de se aumentar o número de equipes e veículos e priorizando os vazios assistenciais.

EQUIPAMENTOS – As motos têm equipamentos como Desfibrilador Externo Automático (DEA), medicamentos, material para suporte básico de vida. O condutor do veículo estará capacitado como técnico de Enfermagem; portanto, qualificado para realizar esse tipo de intervenção.

Com a redução do tempo de chegada do atendimento ao local do acidente, o Ministério da Saúde pretende interromper a triste cadeia de lesões, principalmente aquelas identificadas nas situações de maior prevalência, como doenças cardíacas e cerebrais.

Quanto mais longa a chegada da equipe especializada, maiores são as possíveis seqüelas, o tempo de internação e as complicações, como também mais tardia e difícil é a reabilitação. Toda essa seqüência traz, como conseqüência, maior custo da assistência ao paciente. “Cada minuto que você ganha, reduzindo o tempo de atendimento, é valioso para qualquer quadro clínico, principalmente nos casos mais graves”, afirmou Temporão. Ocorrências cardiovasculares – como infartos, anginas, ataques cardíacos e derrames cerebrais – estão entre as principais causas de impacto na morbimortalidade no Brasil.

EXEMPLOS – As motocicletas já são usadas por vários países, como França e Alemanha, que desenvolvem esse sistema de atendimento de emergência há mais tempo. A moto consegue, em média, chegar de três a oito minutos antes da ambulância – o que trará uma redução significativa no impacto das lesões. A idéia de adotar esse novo tipo de atendimento é “driblar” o trânsito das grandes cidades e fazer com que as motolâncias cheguem a locais de difícil acesso.

A distribuição vai priorizar os serviços localizados em grandes cidades e áreas rurais próximas e de difícil acesso. Nesse primeiro lote de entrega de motolâncias, foram investidos R$ 6 milhões – já considerando o equipamento de segurança para a frota de moto – e mais R$ 4 milhões a serem realocados prevendo o desdobramento da entrega de veículos (como capacitação e equipamentos individuais de segurança).

Durante a solenidade de entrega das primeiras motolâncias, o ministro José Gomes Temporão anunciou que, na próxima semana, o Ministério da Saúde lançará a primeira etapa da política nacional de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A proposta das UPAs é prestar atendimento 24 horas de baixa e média complexidade com suporte às ações do SAMU/192.

SOBRE O SAMU – O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192) completou, no último mês de setembro, cinco anos de criação da legislação que possibilitou a implementação deste tipo de serviço no Brasil. Nesse período, o Ministério da Saúde atendeu mais de sete milhões de pessoas a partir da atuação das unidades do SAMU. A abrangência atual do SAMU é de 1.183 municípios, correspondendo a mais de 101 milhões de pessoas com acesso à discagem gratuita 192 e cobrindo todos os estados do país. Esta capacidade instalada da Rede SAMU garante atendimento ágil e qualificado a 70% da população brasileira.

O investimento nesse serviço de emergência, desde 2004, quando foram habilitadas as primeiras unidades, ultrapassa R$ 1 bilhão em obras e equipamentos. O SAMU tem aproximadamente 25 mil profissionais e conta com 2.551 veículos entregues aos estados e municípios (1.596 ambulâncias habilitadas, sendo 363 unidades de suporte avançado, 1.233 unidades de suporte básico e 592 ambulâncias distribuídas como reserva técnica e renovação de frota).

QUANDO CHAMAR? – A Rede SAMU/192 funciona 24 horas com equipes de profissionais de saúde – como médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – que atendem às urgências nas áreas clínica, pediátrica, cirúrgica, traumática, gineco-obstétrica e de saúde mental. Nessas situações, é necessário prestar o atendimento ou transporte adequado e encaminhar os pacientes a um serviço integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

As situações nas quais o SAMU 192 deve ser acionado são aquelas que envolvem risco iminente à vida, que possam gerar seqüelas irreversíveis e aquelas em que a intervenção é tempo-dependente, ou seja, a chegada do atendimento diminui toda a cadeia de eventos que poderão se suceder.

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