por: Aline Galcino - Hojemais Araçatuba

Atualmente, a Santa Casa de Araçatuba (SP), que é referência para 40 municípios da região, tem 302 pacientes em tratamento. No entanto, no ano passado, foram 2.504 pessoas com câncer de mama atendidas, contra 2.375 no ano anterior e 2.077 em 2016.

De acordo com o hospital, os números não significam novos casos, pois um paciente pode ter iniciado o tratamento em um ano e continuar no ano seguinte. No entanto, ressalta que o câncer de mama é a segunda maior incidência (a primeira é o câncer de próstata) dentre os casos em tratamento na Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia). O serviço é formado pelo CTO (Centro de Tratamento Oncológico), Central de Radioterapia e Unidade de Oncocirurgias, todos esses respaldados por completa rede de medicina diagnóstica. Juntas, essas unidades realizam em média 4.300 procedimentos por mês.

Encaminhamento

A Santa Casa de Araçatuba é um hospital de média e alta complexidade referenciado. Os pacientes oncológicos são encaminhados por meio da RHCC (Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer), uma central de regulação de vagas estadual criada em 2017, pela Secretaria de Estado da Saúde, para organizar o acesso dos pacientes à primeira consulta e reduzir o tempo entre o diagnóstico e o tratamento da doença.

Em 2018, primeiro ano de adesão do hospital à RHCCC, a Unacon agendou 23.765 consultas oncológicas.

Neste ano, a Unacon iniciou com média de 4.300 procedimentos mensais, dentre cirurgias, consultas, infusões de quimioterápicos, sessões de radioterapia e atendimentos de enfermagem. A projeção é realizar aproximadamente 52 mil procedimentos no ano.

A rede Hebe Camargo organiza o primeiro acesso dos pacientes aos serviços habilitados em oncologia do Estado de São Paulo. Antes, o atendimento era por livre demanda e sem diagnóstico confirmatório para neoplasia. “Em muitos casos, os pacientes eram agendados para consultas no CTO apenas por uma simples suspeita que, após as avaliações, não se confirmava”, explicou a Santa Casa.

Com a rede, o fluxo passou a ser organizado pela central de regulação que agenda a primeira consulta exclusivamente aos pacientes que já têm biópsia, encaminhamento médico ou exames de imagem altamente sugestivos com indicação da doença. A medida, segundo o hospital, agilizou o início do tratamento, pois ao chegar para a primeira consulta com o especialista o paciente já tem uma estrutura preparada para atender as suas necessidades.

Estrutura

A Santa Casa ressalta que a estrutura da Unacon é comparada à de grandes centros oncológicos do País pela capacitação das equipes médicas que atuam em todas as demandas dos pacientes em tratamento, nas áreas de oncologia clínica, onco-hematologia e oncologia pediátrica, especialidades que tratam respectivamente os tumores sólidos, os linfomas e leucemias, e os tumores da infância.

A equipe médica é especializada nas áreas clínica e cirúrgica. O hospital possui tecnologia avançada para realizar desde o diagnóstico aos tratamentos cirúrgico, clínico, quimioterápico, radioterápico e acompanhamento dos pacientes. Em média, são realizadas 160 cirurgias por mês.

A estrutura também é formada por visão multidisciplinar com o envolvimento de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos que manipulam os quimioterápicos e voluntários, como a CCCA (Campanha de Combate ao Câncer de Araçatuba), mais conhecida como Rede Feminina, que é excepcionalmente bem qualificada para prestar assistência ao paciente, e o Atamor.

Inca estima 59.700 novos novos no Brasil em 2019

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil (excluídos os tumores de pele não melanoma). Para 2019, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima 59.700 casos novos. A única região do País em que o câncer de mama não é o mais comum entre as mulheres é a norte, onde o de colo de útero ocupa a primeira posição.

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor.

Tipos

O Inca explica que há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor.

O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.