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20/03/2009 - Serviço de Cirurgia Cardiovascular completa 10 anos

O Serviço de Cirurgia Cardiovascular -- especialidade que se ocupa do tratamento cirúrgico das doenças do sistema cardiovascular, que podem ser congênitas ou adquiridas (isquemias do coração, como infarto do miocárdio e angina, por exemplo) – completa, em 2009, uma década de atividades na Santa Casa de Araçatuba.

As primeiras cirurgias foram realizadas gratuitamente, no início de março de 1999. Na  época, o hospital ainda não era conveniado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar os procedimentos.

Antes de 1999, pacientes com indicação cirúrgica eram removidos para outras regiões do Estado de São Paulo. O Hospital de Base de São José do Rio Preto era uma das unidades mais próximas.

“Nossa intenção era transformar Araçatuba em um novo centro de tratamento cardiovascular. A proximidade da Santa Casa com os municípios da região é importante para agilizar os atendimentos e para manter os pacientes mais próximos de seus familiares”, explica o cirurgião cardiovascular Hélio Poço Ferreira, coordenador do Serviço.

Em 1996, Ferreira realizou algumas cirurgias cardiovasculares na Santa Casa de Araçatuba. Teria sido o início de um novo ciclo na história do hospital, caso o projeto não tivesse esbarrado em alguns obstáculos, como a falta de uma UTI específica para recuperação pós-cirúrgica, fator que levou a equipe médica e a direção do hospital a suspender os procedimentos.

Foram necessários três anos, e aproximadamente R$ 3 milhões em investimentos, para dotar o hospital da infra-estrutura necessária à retomada do ciclo cirúrgico. Os principais avanços foram consolidados em 1998, com a implantação da UTI Coronariana e criação do Serviço de Hemodinâmica, para o qual foi disponibilizado um equipamento de ponta para a realização de cateterismo e angioplastia. A montagem de uma sala específica para cirurgias do coração foi o segundo e decisivo passo para a retomada do ciclo das cirurgias cardiovasculares.

No início de março de 1999, foram realizadas as primeiras cirurgias. Uma paciente de 24 anos e outra de 3 anos, ambas vitimadas por doenças cardíacas congênitas, foram operadas, com sucesso, pelo cirurgião Hélio Poço Ferreira.


Em 10 anos de atividades, o Serviço de Cirurgia Cardiovascular já realizou 3.500 procedimentos, sendo 2 mil implantações de marca-passo e 1.500 cirurgias.


As implantações de pontes de safena e mamária correspondem à aproximadamente 40% do total das cirurgias realizadas. O restante dos atendimentos correspondem à procedimentos: implantação e troca de válvulas aórtica  e mitral, atrioseptoplastia ( correção  da comunicação interatrial), ventriculoseptoplastia ( correção da comunicação interventricular), correção da persistência do canal arterial (doença congênita,predominante em crianças e que manifesta desde o nascimento), correção de aneurisma e  correção de dissecção de aorta.

Casos
Comemorar 10 anos de cirurgia cardíaca equivale a celebrar vidas que poderiam ter sido perdidas, caso os doentes, principalmente os portadores de cardiopatias graves, não tivessem tido a chance de acessar  uma estrutura de atendimento eficiente e aberta a novos desafios.

Em fevereiro de 2001, por exemplo, os cirurgiões Hélio Poço Ferreira, Vladimir Quiroga, Frank Azevedo Dutra e Nilton Madi realizaram, pela primeira, vez na Santa Casa de Araçatuba, um procedimento simultâneo, até então só realizado em São Paulo. Um paciente de 57 anos foi submetido a uma cirurgia combinada para desobstrução na carótida (artéria que irriga o cérebro) e  revascularização do miocário (implantação de ponte de safena).  Sem, isso, o paciente teria de passar por um procedimento e retornar um mês depois para ser submetido à nova cirurgia.

Em setembro do mesmo ano, a equipe médica voltou a realizar outra cirurgia inédita, no hospital: correção de dissecção aguda na artéria aorta, em um paciente de 35 anos, da cidade de Barbosa. A técnica, posteriormente aplicada em outros pacientes, consiste em substituir a parte rompida da artéria por material biológico ou sintético. Nessa cirurgia inaugural, a equipe médica optou por utilizar tecido de coração bovino.

Estrutura
O coordenador do Serviço, cirurgião Hélio Poço, destaca que o ciclo de cirurgias cardiovasculares, iniciado com a instalação da UTI Coronariana,durante a gestão do provedor Milton Freire  e desencadeado “ pelo entusiasmo e visão de futuro do tesoureiro, Sérgio Rosário Rodrigues ( já falecido), para o qual, a realização de cirurgias cardiovasculares representaria a consolidação da Santa Casa, como hospital de referência em alta complexidade”.


Esta consolidação ocorreu  sob a gestão do provedor Jaime Monsalvarga, que  efetuou investimentos para  melhoria da logística direcionada ao atendimento de pacientes, contratação de profissionais e aquisição de equipamentos de ponta, dentre os quais o tomógrafo Multslice da Toshiba, que gera imagens em três dimensões e possibilita o diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares. 

Graças aos novos investimentos e trabalho da diretoria e equipe médica,  a Santa Casa de Araçatuba foi transformada em centro de excelência para tratamento de cardiopatias: de consultas ambulatoriais às cirurgias complexas, passando por um moderno centro para diagnóstico e pronto socorro 24 horas.

A estrutura inclui ainda uma sala de pós-operatório de cirurgia cardíaca e todos os equipamentos necessários aos procedimentos cirúrgicos, como a máquina extracorpórea, que desempenha as funções do coração e do pulmão durante as cirurgias; monitores; e balão intraaórtico, que fortalece o coração durante as
intervenções na hemodinâmica e no pós-operatório.

No ano passado, o hospital adquiriu o Tomógrafo Multslice, que gera imagens em três dimensões com riqueza de detalhes. Em especial, o coração é avaliado de forma precisa pelo equipamento. O aparelho diagnostica precocemente o entupimento das artérias coronárias, causado por gordura ou calcificação, o que permite ao médico tomar as medidas preventivas e garantir a saúde e o bem-estar de seu paciente.

"Com exceção de transplantes, podemos realizar qualquer tipo de cirurgia cardíaca", avalia Hélio Poço Ferreira. Formado em 1978, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e com residência médica em cirurgia geral, cirurgia de tórax e cirurgia cardíaca, no Hospital das Clínicas e USP/São Paulo, o cirurgião aponta os transplantes e as cirurgias congênitas complexas como os novos desafios do segmento. Porém, para que esses avanços sejam consolidados, “serão necessários novos aportes oficiais”.


Linha do Tempo

1996  -Cirurgias são suspensas por falta de UTI

Até 1996, o hospital realizou algumas cirurgias cardíacas, sob a coordenação do cirurgião Hélio Poço Ferreira. Porém, em decorrência da falta de uma UTI Coronariana, a realização dos procedimentos ficou interrompida por três anos. Nesse período, os pacientes de Araçatuba e região eram atendidos em hospitais de referência em outras cidades do interior.

21/08/1998-Hospital inaugura a Unidade de Terapia Intensiva Coronariana

Dotada de 10 leitos, equipamentos de ponta e qualificação profissional, a UTI Coronariana custou R$ 1,2 milhão. Foi construída e equipada pela administração do provedor Milton Freire e inaugurada pelo secretário estadual da Saúde José da Silva Guedes.

Como é hoje
Interligada ao Serviço de Hemodinâmica e à ala de internações clínicas e cirúrgicas, a UTI Coronariana é o centro de convergência de todos as unidades de atendimento cardiológico, que ocupam hoje toda a extensão do primeiro andar do prédio principal e da nova torre da Santa Casa.  Possui um monitor cardíaco por leito; desfibrilador; aparelho de respirador artificial e  equipe composta por cardiologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e assistente social.

09/1998 -Serviço de Hemodinâmica recebe aparelho digital

O diagnóstico e tratamento de algumas doenças cardiovasculares entram na era digital, graças à aquisição do Integris H 3000, desenvolvido pela Philips. Importado dos Estados Unidos, o equipamento e sua instalação custaram R$ 1 milhão. Produz imagens de altíssima resolução, qualidade indispensável à realização de cateterismos para o diagnóstico de doenças cardíacas e cerebrais; e procedimentos terapêuticos da cardiologia intervencionista, como angioplastia (desobstrução de artérias) e implantação de stent (endoprótese expansível inserida em artérias para aliviar o fluxo sanguíneo diminuído aos órgãos devido a uma obstrução). 

Como é hoje
O Serviço de Hemodinâmica é referência para pacientes do SUS, em 43 cidades da região. No período 1998-fevereiro 2009, a unidade realizou14.500 cateterismos, 6.000 angioplastias e 3.600 arteriografias.

19/01/1999- Santa Casa realiza a primeira angioplastia 

Um homem de 56 anos  foi o primeiro paciente a ter artérias desobstruídas pelo equipamento Integris H 3000. O procedimento foi realizado pelo médico hemodinamicista Flávio Corrêa Pivatelli.

Como é hoje

De 1999 até  fevereiro de 2009, o Serviço de Hemodinâmica realizou mais de 3 mil angioplastias. Já são cotidianos, também, procedimentos como implantação de stents, modalidade iniciada em setembro de 1999, em uma paciente de 61 anos.

03/1999 - Realizadas as primeiras cirurgias cardiovasculares

Uma mulher de 24 anos e uma menina de três anos foram as duas primeiras pacientes submetidas à cirurgia cardíaca na Santa Casa de Araçatuba. As duas sofriam de doenças cardíacas congênitas e foram operadas pela equipe médica chefiada pelos cirurgiões cardiovasculares Hélio Poço Ferreira e Vladmir Quiroga, e composta pelos seguintes profissionais: Vilma Nery Shinzato (cardiologista) e Sirte Venturolli Ferreira (perfuncionista). As cirurgias custaram aproximadamente R$ 10 mil, bancados pelo próprio hospital, pois na época a Santa Casa de Araçatuba ainda não mantinha convênio com o SUS para realizar esse tipo de procedimento.

Junho de 1999- Serviço de Cirurgia Cardiovascular é credenciado pelo SUS
Um convênio firmado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa autorizou o hospital a realizar 12 cirurgias cardiovasculares por mês a pacientes do SUS. Embora a demanda mensal por cirurgias, principalmente implantação de pontes de safena, corresponda a mais que o dobro do teto autorizado, o convênio é considerado um avanço para a transformação do hospital em referência regional da especialidade. O credenciamento foi obtido após parecer técnico favorável da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. 

Como é hoje 
Em 10 anos de atividades, o Serviço de Cirurgia Cardiovascular realizou  1.500    cirurgias e implantou 2.000 marcapassos. As principais cirurgias realizadas são:  revascularização do miocárdio, implante de prótese valvar (implantação de válvulas), correção cirúrgica de cardiopatias congênitas, como o "sopro" no coração, e correção de dissecção aguda na artéria aorta. Possui tecnologia de ponta, como a máquina extracorpórea, que desempenha as funções do coração e do pulmão durante as cirurgias; monitores; e balão intraaórtico, que fortalece o coração durante as intervenções e no pós-operatório.

 

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