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30/06/2010 - Tratamento pouco invasivo para colunas fraturadas

As fraturas na coluna estão entre as consequências mais comuns e graves da osteoporose, doença que atinge 35 milhões de brasileiros, na proporção de quatro mulheres para cada homem. Como a osteoporose torna os ossos porosos e quebradiços, essas fraturas podem acontecer em situações cotidianas como quedas, movimentos bruscos ou até espontaneamente, o que representa 50% dos casos.
O tratamento convencional é cirúrgico, mas nem todos os pacientes podem ser tratados dessa forma, já que a osteoporose é uma doença progressiva e os casos mais graves de fraturas, que resultam em dores crônicas e incapacitantes, são diagnosticados em idosos com mais de 70 anos. Muitos deles são portadores de cardiopatias e dificuldades respiratórias que tornam a anestesia geral contraindicada.

Nesses casos, a alternativa é um procedimento moderno, minimamente invasivo e que pode eliminar ou pelo menos reduzir consideravelmente a dor: a vertebroplastia percutânea. “O procedimento é indicado para o paciente que teve uma fratura osteoporótica, tem contraindicação para a cirurgia convencional e não melhora com o tratamento clínico”, explica o neurocirurgião Rodrigo Mendonça, responsável pelo serviço de neurocirurgia da Santa Casa de Araçatuba.

A técnica percutânea permite ao neurocirurgião reforçar a coluna por meio da aplicação de cimento ósseo nos corpos vertebrais. O procedimento é feito através de uma cânula metálica que é introduzida na vértebra. O paciente é sedado e recebe anestesia local. Guiado por um aparelho especial de radioscopia, o médico injeta cimento ósseo (metilmetacrilato), reforçando a vértebra quebrada que está provocando dor no paciente. Na maioria absoluta dos casos, a dor desaparece com a cirurgia. Uma pequena parcela dos pacientes continua a tomar analgésicos, porém apenas eventualmente.

Cifoplastia
Em alguns casos, a fratura provoca uma angulação na coluna, que evolui para a cifose (a curvatura popularmente chamada de corcunda). Quando isso acontece, é preciso fazer uma cifoplastia para corrigir a angulação, antes de fortalecer a vértebra com o cimento ósseo. “Para isso também é introduzida uma cânula de maneira percutânea. Em seguida, um aparelho especial coloca um balão dentro dessa vértebra, e ele é inflado com uma pressão extremamente alta”, detalha o neurocirurgião. “Para explicar de uma maneira bem simples, esse balão vai colocar a coluna no lugar. Em seguida, injetamos cimento ósseo para fortalecer essa vértebra e para que ela permaneça na posição correta”, explica Mendonça.

Como no caso da vertebroplastia, o procedimento também é indicado para os pacientes que tenham contraindicação para cirurgia aberta. “A recuperação é rápida e a maioria dos pacientes pode ir para casa dentro de 24 horas após o procedimento”, completa.

Como o alívio da dor é quase imediato, pacientes acamados, que não podiam mais caminhar e apresentavam um grau de dependência bastante elevado, conseguem retornar à vida normal após a vertebroplastia e a cifoplastia.

Mas apesar de serem mais rápidas e apresentarem menos complicações que outros tipos de cirurgia de coluna, a vertebroplastia e a cifoplastia ainda não são cobertas pelo SUS. Porém, os planos de saúde já cobrem os procedimentos. Afinal, o custo da cirurgia é compensado pela redução nos custos do atendimento desse paciente. “Ele vai deixar de permanecer internado por longos períodos,tomar medicações de alto custo e necessitar de fisioterapia. Além é claro, deixar de permanecer acamado, condição que provoca complicações como úlceras de decúbito, infecções urinárias e infecções respiratórias”, explica Mendonça.

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