Você sabia que em Araçatuba (SP) existe uma casa de apoio para pacientes em tratamento contra o câncer? Pois é, esse serviço que irá completar 25 anos e é mantido por um grupo de voluntários, chega a abrigar 30 pessoas por mês, entre pacientes e acompanhantes, sem cobrar nada pelo serviço.

Na semana que passou, a reportagem foi convidada a conhecer a Casa de Apoio São Francisco, que funciona em um imóvel na rua Amazonas, a poucos metros da Santa Casa. Em 2024, o serviço oncológico do hospital de Araçatuba atendeu em média 2.500 pacientes por mês.

A Santa Casa é referência nesse tipo de atendimento para 40 municípios e muitos pacientes de cidades distantes podem passar o dia todo na Santa Casa ou até, passar a semana toda para receber atendimento.
A visita também teve a presença da vereadora Solange Nery Rodrigues (PL), a Sol do Autismo, que soube da existência da casa de apoio durante visita à Santa Casa e quis conhecer o serviço para ajudar a divulgar e aproveitou para fazer algumas doações.  A vereadora  ficou surpresa com trabalho realizado pela diretoria da instituição. A parlamentar lfez o compromisso de incluir a Casa de Apoio em sua cota das emendas impositivas.

“Nós temos uma casa aqui dentro e quase ninguém conhece. Olha o capricho com que é cuidada essa casa! A gente precisa mostrar para estar ajudando eles também. A gente precisa começar a cuidar do quintal de casa” , declara.
Atendimento.

A Casa de Apoio São Francisco tem atualmente como presidente Dimas Bortolotti. Ele explicou que o número de pacientes e acompanhantes que utilizam o serviço é rotativo. A triagem para envio dos pacientes é feita pelo serviço de Assistência Social da Santa Casa, que faz a consulta e direciona as pessoas que precisam desse tipo de assistência. 

O imóvel foi adquirido e doado ao grupo pelos fundadores Eliana Garcez Poletto e Oswaldo Poletto,  pais do professor doutor Antônio Henrique Poletto, coordenador do curso de Medicina do UniSALESIANO, para ser utilizada como casa de apoio para pacientes em tratamento de câncer.

Em entrevista à assessoria de imprensa da Santa Casa em 2008, a fundadora do projeto, Eliana Garcez Oliveira Poletto, contou que o trabalho teve início em janeiro de 2001, pois quando ela passava pelo hospital, via familiares e acompanhantes de pacientes dormindo nas ruas e em marquises. O marido dela, Oswaldo Poletto, era tesoureiro da Santa Casa e ela decidiu que precisava ajudar essas pessoas.

A casa dispõe de quatro quartos, três deles já climatizados, que são disponibilizados para uso dos pacientes e acompanhantes. Há ainda uma sala que pode ser utilizada, assim como a cozinha. O espaço tem amplo quintal e até uma pequena horta, onde pacientes costumam passar alguns períodos, servindo até como terapia.

Logística
Uma das vantagens da Casa de Apoio, segundo o presidente, é a localização próxima do hospital. Ainda de acordo com ele, pacientes que moram em cidades distantes e são transportados de ambulância para Araçatuba, muitas vezes, após o tratamento, precisam aguardar por horas até retornar com o restante do grupo.
Para esses pacientes, a Casa de Apoio também serve como abrigo durante esse período de espera, assim como os próprios motoristas de ambulâncias podem ser atendidos, em algumas ocasiões.

Custo
A casa conta com uma pessoa para cuidar das refeições e da organização e tem um custo médio somente com manutenção, de R$ 3,5 mil a R$ 4 mil, fora os produtos que são servidos nas refeições. O imóvel conta com sistema de energia fotovoltaica e a conta de energia é paga por um dos voluntários.

O restante, é custeado por meio de recursos próprios e doações obtidas com a comunidade. Uma das principais fontes de recurso é a quermesse anual realizada pela Aean (Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste) para arrecadar dinheiro para a Casa de Apoio. Além disso, outros eventos são realizados periodicamente para arrecadar recursos. “Nós mesmos vamos trabalhando, ajudando a cuidar da casa e vamos seguindo” , conta Bortolotti.

Satisfação
Ele, que está no grupo há quase 25 anos, comentou que a maior satisfação é ver pessoas debilitadas em função do tratamento de oncologia, que não teriam onde ficar, serem acolhidas. “O paciente que faz quimioterapia fica debilitado e não tem condições de ir embora, ou o que vai fazer o tratamento em outro dia, a gente acolhe aqui. Fica hospedado com direito a café da manhã, refeições e pouso” , informa.

O provedor da Santa Casa de Araçatuba, Petrônio Pereira Lima, presente na visita, revelou que na pandemia houve um afastamento dos doadores de recursos à Casa de Apoio São Francisco.

A situação também afastou as pessoas que levavam produtos até à casa e essa ajuda precisa ser retomada, de acordo com ele. “É uma casa com localização muito propícia para os pacientes em tratamento na Santa Casa poderem repousar, tomar uma água, fazer suas refeições” , comentou.

Os interessados em colaborar financeiramente com a Casa de Apoio São Francisco podem fazer transferências em qualquer valor para Chave Pix 04561921000184 , que é o CNPJ da instituição.
Quem quiser conhecer o projeto, ele fica na rua Amazonas, 100, ao lado do estacionamento do Supermercado Casa Diniz.