Os dez leitos criados emergencialmente ontem,  no contingenciamento feito pela direção da Santa Casa de Araçatuba para garantir tratamento intensivo para crianças encaminhadas em quadros graves de  síndromes respiratórias, serão mantidos até  que a UTI Pediátrica fique pronta e equipada.  Por 30 dias, os leitos emergenciais serão custeados pela Prefeitura de Araçatuba, através da Secretaria Municipal de Saúde. O aporte para o custeio dos leitos será de R$ 450 mil  que serão investidos pelo hospital no pagamento de médicos, enfermeiros, demais profissionais multidisciplinares e insumos  necessários ao funcionamento da  UTI Respiratória Pediátrica, denominação da ala  que foi criada ontem também para isolar os casos de síndromes respiratórias e evitar contaminação de outras crianças internadas. 

Essa foi uma das decisões da reunião de emergência realizada no Departamento Regional de Saúde de Araçatuba. Convocado a pedido do hospital, o encontro foi coordenado pelo diretor do DRS II, Francisco Carlos Parra Bassalobre e reuniu, o Município de Araçatuba, representado pela vice-prefeita Maria Ionice Zucon e o secretário municipal de Saúde, Daniel Martins Ferreira Júnior; e a Santa Casa, representada pelo diretor técnico, Ronaldo Chideroll; o coordenador do Serviço de Neonatologia e Pediatria Intensiva, Anderson Dutra; o diretor clínico, Silvio Bianco; o superintendente administrativo, Luiz Otávio Barbosa Vianna   e gestores  do Núcleo Interno de Regulação e dos setores de enfermagem neonatal e  administrativo.

“Esgotados os 30 dias de funcionamento sob o custeio da Prefeitura de Araçatuba e caso a UTI Pediátrica ainda não esteja em condições de funcionamento, o Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde poderá manter o financiamento  extra até que seja cessada a necessidade da UTI Respiratória”, explicou Vianna. Ele considerou a reunião positiva à medida “ que consolidou  a união do Estado, Município e Santa Casa de Araçatuba, sob o  mesmo objetivo, que é a  garantia de  atendimento  às crianças, nesta e em outras ondas de bronquiolite  que devem ocorrer até o final do inverno”, definiu.

O superintendente do hospital também considerou  positiva, a decisão do diretor do DRS II de intervir para que a CROSS dilua as demandas de “vaga zero” pediátricas para outros hospitais de referência, “afastando, pelo menos por enquanto, a Santa Casa de Araçatuba das buscas diárias por tratamentos intensivos e de enfermaria”.  Neste sentindo, outra medida que deverá contribuir para aliviar o gargalo de internações pediátricas na instituição é   o  esforço concentrado que a equipe do DRS II  vem realizando há várias semanas . “ O dr. Francisco  anunciou que o DRS vai reforçar junto aos hospitais da região, orientação  para que estruturem suas enfermarias pediátricas, não apenas para os primeiros atendimentos, mas também para tratar os casos possíveis de serem mantidos nas cidades de origem”, informou Vianna.  Embora admita que as doenças respiratórias em crianças evoluem muito rapidamente a estágios que exigem tratamento intensivo, “ por outro lado, também regridem com a mesma rapidez, quando tratadas adequadamente em leitos de enfermaria”.

Outra medida emergencial adotada ontem pela direção da Santa Casa de Araçatuba que foi aprovada durante a reunião dos representantes da Saúde é o bloqueio de quatro leitos de enfermaria do Pronto-Socorro do hospital, para receber crianças em quadros graves de doenças respiratórias, encaminhadas sob o status de “vaga zero”. A medida reduz no PS, a oferta de leitos intensivos para adultos, “ mas por outro lado garante atendimento aos casos pediátricos, que nesse momento estão em um pico preocupante”, define Vianna. Além desses leitos, o Pronto-Socorro da Santa Casa de Araçatuba possui  10 leitos em enfermaria pediátrica.